terça-feira, 6 de julho de 2010

O BRINCAR INFANTIL

Com frequencia cada vez maior, os casos que chegam aos consultórios de fonoaudiologia, psicopedagogia e psicologia de crianças com problemas de linguagem e fala, de aprendizagem, e de comportamento, são na maioria das vezes um reflexo de como estamos educando nossas crianças e o que estamos oferecendo para que elas possam se desenvolver em um ambiente saudável.
Este texto resumido, explica com grande maestria a importância do brincar infantil sob um olhar de respeito com a simplicidade de ser criança e com o que chamamos de brincar autêntico.
Boa leitura!

O brincar infantil

O brincar é um impulso da criança, pura expressão, que corre como um rio e nós adultos somos as margens que servem de sustento para essas corredeiras.

Nos damos conta de que as crianças em muitos lugares não tem mais o direito de brincar pelo simples prazer da brincadeira. Parece que tudo o que está relacionado com o brincar precisa render conhecimento imediato. Os adultos idealizam que os brinquedos tem que ser pedagógicos

Já se perdeu o bom senso do que é ser criança, da necessidade que ela tem e dos processos infantis necessários para o seu desenvolvimento. No mundo infantil não deveria caber a palavra pressa. Leva-se tempo para crescer, para construir um corpo saudável que sirva de base física para todo um desenvolvimento posterior. Para isso temos a infância, que deveria ser permeada pelo brincar livremente,correr , balançar, pular corda, atividades caseiras para a criança imitar, bom sono, boa alimentação , espaços amplos, etc...

O que vemos hoje, são muitos pais e mães brincando no sentido de direcionar o seu brincar, sem deixar que surja espontâneamente.
Esta é uma capacidade que está se perdendo, pois o meio social deixa a criança muitas vezes isolada de outras crianças, ou sem ter adultos fazendo algo que possa ser imitado por ela, como por exemplo, limpando carro, lavando roupa, cozinhando, cuidando do jardim, afazeres úteis e com significado para a criança.
O que se vê me contrapartida, são brincadeiras agressivas,violentas, que brotam de imagens vivenciadas na frente da televisão ou jogos eletrônicos.

Somente no brincar a individualidade da criança é visível, quando ela ensaia de modo lúdico- brinca, atua,cria,se relaciona, constrói, experimenta, refaz- tudo o que depois será requisitado quando adulto. Por isto o brincar na infância fundamenta como nos direcionaremos ativamente e mentalmente em relação a vida quando adultos.

Partindo deste panorama, como podemos resgatar esta atividade tão vital para a criança?
O que ajuda a criança a entrar no âmbito da imaginação é se os pais e educadores acessarem suas próprias forças imaginativas e lúdicas. Contando contos, histórias infantis sem pedir que a criança elabore um julgamento. Participando daquele momento ouvindo o conto e simplesmente entrando nas imagens. Os pais deveriam contar contos pelo prazer de contar e viver os contos junto com as crianças.
Deste modo se possibilta momentos de criação mágicos onde o tempo não pára e as crianças se sentem encorajadas a brincar.

O brincar não direcionado é o chamado de brincar autêntico e é caracterizado por :
- liberdade de metas a serem alcançadas;
- sentimento de o tempo está parado;
- devoção e concenração;
- atenção e identificação com a atividade realizada;
- fluidez, movimento e transformação;
- profunda satisfação ao terminar um brincar.

Como está o ambiente da criança onde ela brinca?

Tem espaço para ela? Que tipos de brinquedos ela tem contato? Seu filho vê muitas horas de TV por dia, quem o acompanha nesta hora, você tem certeza se o que ele vê é adequado?
A criança escuta histórias contadas por um adulto ? Você caminha com seu filho na rua ou na natureza? Ela tem espaço para realizar movimentos amplos? Ela tem desafios ou é poupado do perigo o tempo todo?

A criança precisa de muito pouco para brincar. Engana-se o adulto que compra com frequência um novo brinquedo ao seu filho achando que assim está facilitando o brincar.
É aconselhável ter em casa vários panos de diversos tamanhos, bonecos simples, tronco, cestos, conchas, cavaletes, cadeiras que a partir delas cabanas possam ser construídas, potes, colheres de pau, cordas, areia, água, etc. Material simples e o resto fica por conta da criança
Deste modo encerro este momento onde foi trazida a consciência das diferentes dimensões do brincar buscando assegurar a criança um direito que lhe pertence:
O de ser criança por inetiro!

Texto elaborado pela professora de jardim Waldorf Silvia Jensen baseado no congresso de Pedagogia Waldorf em Boston -USA em julho de 2008 em parceria com a professora de jardim Waldorf Maria Chantal Amarante

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